Por: Zé Lucas
Sejam muito bem vindos!
Sejam muito bem vindos!
O pontapé inicial para uma vida de estudos constantes pode ser simplificado. Basta escolher um determinado assunto, descobrir um material adequado, sentar e estudar. É, quem dera fosse só isso.
O fato é que, na maioria dos casos, a rotina de estudos é multidisciplinar e o tempo inocupado é curto. Nesse mundo onde 24 horas já não são mais suficientes, o grande problema de acumular diversas tarefas e compromissos é não ser capaz de concluí-los. Quem quer fazer tudo ao mesmo tempo, acaba não fazendo nada.
Então, antes de cair de cabeça nos livros e assassinar nossas vidas sociais (ou não), é válido e será muito valioso dar certa atenção a respeito de como otimizar o tempo disponível e, enfim, dar dicas de como elaborar um plano de estudos.
Meu Precioso Tempo Perdido
Todo ser humano é como o Renato Russo: todo o dia quando acorda, não tem mais o tempo que passou. E para quem dispõe de muito pouco tempo para realizar tudo que aspira e deseja, lamentar estes minutos perdidos é lugar comum. Aprender a administrar melhor o tempo para obter melhores resultados já não é um tema novo, mas mostra-se cada vez mais importante.
Ainda paira sobre nossas cabeças a ideia equivocada de que agendar as ações cotidianas e criar um compromisso em cumpri-las é tornar-se escravo do próprio tempo e da própria rotina. Isso pode ser verdadeiro em muitos casos, mas não é uma justificativa para desperdiçarmos as horas vagas. Talvez seja mais sensato admitir nosso despreparo em organizar uma rotina bem estruturada, muitas vezes por falta de conhecimento no assunto. Ou até pior, por falta de interesse. Gerenciar bem nossa agenda é, antes de tudo, abstrair nossas prioridades e objetivos, compreendendo-os de fato, para assim adquirir o domínio do tempo disponível e, finalmente, coordenar nossas ações de maneira apropriada.
Lembre-se do que escreveu Victor Hugo: "A vida já é curta e nós a encurtamos ainda mais desperdiçando tempo".
Urgência e Importância (A Matriz de Eisenhower)
Se em algum momento de sua vida internética, você pesquisou sobre otimização (ou administração) do tempo, com certeza deparou-se com estas palavras. Como não é minha intenção discorrer sobre este tema em específico, deixarei na referência [1] e [2] textos que abordam Matriz Urgente-Importante (ou Princípio de Eisenhower).
Após observar a tabela acima, tente posicionar nela as atividades que ocupam um horário minimamente significativo no seu dia-a-dia. Isto não é um teste. Portanto não crie uma necessidade em justificar a maneira como gasta seu tempo. Simplesmente procure definir e admitir com sinceridade o que é realmente importante.
O ponto chave desta dinâmica é discernir que as atividades fundamentais são aquelas importantes mas não urgentes. São elas que nos fazem caminhar rumo a nossas metas. Elas são nossos passos em direção ao sucesso de uma empreitada específica. Portanto requerem atenção e dedicação especial em seu planejamento.
Muitos questionam que as atividades importantes e urgentes tem maior relevância. Definitivamente, elas devem ser priorizadas em um primeiro momento. Porém, é preciso reconhecer que tratam-se de crises. Decorrem de uma falta de planejamento ou execução adequados, pois o que é realmente importante não pode ser deixado para última hora[3].
No que tange o que é urgente, mas não importante, é possível que haja uma forma de gradual de resolução. Se for possível delegar a alguém, melhor ainda. E, na pior das hipóteses, achar uma solução paliativa. Afinal de contas, não é algo importante.
O último quadrante me abstenho em comentar. Se você já admitiu a não-importância e não-urgência, pare de perder tempo!
Dicas [de novo?] para um Plano de Estudos
E agora a parte mais esperada por todos, quem sabe. Apesar da ideia inicial do blog não ser dar dicas, aparentemente não consigo fugir deste formato. É uma forma fácil e rápida de comunicar tópicos que considero essenciais. Portanto, aí vai mais uma listinha das MINHAS (sempre bom salientar) impressões e opiniões para a elaboração de um Plano Perfeito [5]:
- Detecte as prioridades: Seja qual for a finalidade, se seus estudos envolvem diversas matérias, esqueça a noção que você precisa estudar tudo na mesma quantidade. Olhando para a área de concursos públicos, por exemplo, em muitas provas, determinados conteúdos tem peso maior. Isso é um exemplo claro, mas não significa que seja pontual demais. Talvez naquela semana de provas onde a matemática está te assustando tanto, ela deva ser o foco principal. Se existem mil apostilas do seu curso técnico esperando para serem lidas, concentrar-se em uma com maior relevância no contexto geral e finalidade do curso seja mais interessante.
- Relembre e reforce: Estudar um assunto de cabo a rabo várias vezes é comum (e recomendado). Porém, caso o material seja muito extenso, é impossível fazê-lo. Utilizando-se da primeira dica em menor escala, verifique dentro de cada tema o que é mais relevante, procurando retornar a eles sempre que possível. Toda matéria possui um conjunto de informações fundamentais. Identifique-as e isso descomplicará muito sua vida de estudante.
- Faça associações: Se você sabe que (desculpem o linguajar) Puta Velha Não Rejeita Tarado, é bem provável que saiba também que o produto entre a pressão atmosférica e o volume em litros é igual ao produto entre o número de mols, a temperatura em Kelvin e a Constante Universal dos Gases Perfeitos (p x V = n x R x T). Graças ao seu professor engraçadão de física (ou química). Para alguns, utilizar-se de mnemônicos[4] como este é um subterfúgio para não precisar realmente aprender. Já eu vejo de forma contrária. Considero uma ótima ferramenta para assimilação. Estamos simplificando o conteúdo para absorvê-lo com mais facilidade.
- Engatinhar, Caminhar e, enfim, Correr: Todos temos aquela matéria com sete cabeças. Para muitos são matemática, física ou química. E para muitos outros as questões gramaticais cheias de detalhes da língua portuguesa ou os estilos da literatura luso brasileira. E podemos incluir os mais variados direitos para os concurseiros de plantão. Entretanto, há casos em que nossa dificuldade provém da falta de alguma base fundamental na matéria. Sempre que encontrar assuntos onde a compreensão parece-lhe difícil ou até contraditória, pare e volte um pouco. Um conceito desconhecido até então pode ter passado batido. E custado a você algumas horas perdidas sobre os livros.
- A Sobrevivência do mais Apto: Calma. Não vou entrar em divagações biológicas, nem no mérito do "melhor estudante". Este pequeno tópico tem como objetivo lembrar que um plano de estudos precisa estar adaptado a sua rotina. Não force situações, horários ou metodologias que causem stress. Sua cabeça precisa estar saudável para render adequadamente.
Antes de concluir, gostaria de deixar claro que não acredito que nossas vidas sociais precisem ser sacrificadas para obtermos resultados satisfatórios nos estudos. Eu, particularmente, considero meu tempo pessoal, para minha família, meus amigos, meus entretenimentos e para mim essenciais na manutenção de uma vida equilibrada. Só acho que devemos reconhecer quando estamos sendo levados por um estilo de vida que não nos traz benefícios e nos impulsiona para frente. Algumas escolhas exigem esforços e renúncias. Avalie sua verdadeira vontade em conquistar seus atuais objetivos.
É isso aí! Espero que tenham gostado e que continuem ligados aqui. E para aqueles que adoram as ironias da vida, este texto era para ter saído dia 27/08/2014. Como não me planejei corretamente, saiu hoje.
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[3] é óbvio que existem situações importantes que surgem de repente e exigem atitudes imediatas (como um problema de saúde, por exemplo). Não estou ignorando-as. Somente pintando um quadro geral para "abrir nossos olhos".
[5] repare que não constam na lista coisas como "faça simulados" ou "assista vídeo-aulas". Estes são métodos para assimilar conteúdo e não para auxiliar na sua captação por si. Note que minhas dicas podem incluir qualquer forma de estudo que você utilize.
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